MISSÃO Ser um espaço de desenvolvimento de competências e habilidades necessárias na formação humana integral, elucidando preceitos de responsabilidade, comprometimento e respeito, estimulando o gosto pelo saber.

quarta-feira, 27 de março de 2013

PRODUÇÃO TEXTUAL

           A produção de texto tem por objetivo formar alunos-escritores capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes. Sabemos, entretanto, que, embora gratificante para muitos, produzir textos eficientes não é fácil para ninguém. Muitas vezes, a escola e a família não proporcionam ao educando um contato sistematizado com bons materiais de leitura e com adultos leitores ou ainda com situações que exijam práticas de leitura e de escrita. Assim, no plano da linguagem, o ensino dos diversos gêneros textuais que socialmente circulam entre nós, além de ampliar sobremaneira a competência linguística e discursiva dos alunos, aponta-lhes inúmeras formas de participação social que eles, como cidadãos podem ter fazendo uso da linguagem.
            Na disciplina de Língua Portuguesa, orientados pela Professora Elsa Maria Simon, os estudantes do 3º ano do Ensino Médio foram desafiados a escrever defendendo o Tema: ”Há padrões para ser feliz?” Lembrando as diversas tipologias textuais os mesmos poderiam optar por uma delas. Dessa forma o texto abaixo é uma Carta Pessoal onde o aluno é um jornalista em viagem pelo arquipélago de Vanuatu e decide morar naquele lugar. Nessa carta, ele argumenta em favor de sua escolha convencendo o interlocutor de que encontrou verdadeiras razões para ser feliz.
 
Arquipélago de Vanuatu, 20 de Março de 2013
Querida Paula,
Sei que a muito não nos falamos, não trocamos uma só palavra. Sei que a muito não chego ao seu lado e sussurro um “bom dia” em seu ouvido, acompanhado de um radiante e intenso brilho no olhar, e também sei que a muito não lhe dou um apertado e aconchegante abraço, que conforta e transmite paz e momentos de segurança perante este mundo selvagem e infinito.
É, sei que a muito não a vejo, pois sempre estive preso em meio a livros, notícias, tragédias, histórias e intermináveis palavras. Vivo pelo mundo. Vivo para o mundo. Minha vida tornou-se virar o planeta de norte a sul em busca de acontecimentos e fatos alheios, que se tornarão palavras e encherão os olhos dos singelos leitores, pacatos cidadãos.
Pois é minha querida, cheguei ao meu próprio limite. E que engraçado e impactante é perceber que meu limite são as letras... as minhas próprias notícias.
Em minha última viagem, encontrei meu lar. Agora poderei descansar e ler só para você Paula. Nesse paraíso de Deus, chamado pelos homens de Arquipélago de Vanuatu, repousarei, no berço aconchegante de seus macios e calorosos braços. Aqui, aposento meu fiel lápis, minha câmera, meus livros e meu bloco de anotações. Aqui, ficarei e viverei o que restar de mim por você e em sua memória.
Além do mais, estava necessitando desse tempo com você minha querida. Tempo esse, que foi intercalado e esgotado pelas minhas falhas e inacabáveis frases sobre outros cotidianos, encarcerados por práticas insignificantes, porém, repletas de curiosidade. Mas agora, ficarei até o fim a recitar minha própria história só para você. 
É, estou aqui, rodeado de árvores majestosas e altivas, que juntas sopram uma refrescante brisa vinda diretamente das águas plácidas e límpidas desse paraíso natural, abaixo de um intenso céu azul, em contraste com o negro e movimentado bater de asas dos pássaros, lá do alto a cantar. Aqui onde encontrei meu limite, meu destino, forjarei a você uma honrosa promessa:
“Estarei contigo até o fim da minha vida, pois estava longe e ocupado demais para estar ao teu lado, quando chegastes ao fim da tua”.
Peço-lhe perdão, óh querida Paula, por ser um homem tão ausente, tão vago, tão irresponsável. Um profissional sem alma e sem capacidade de compreensão para com seus infelizes sentimentos. Perdão.
Sei que está perto. Peço a você que continue. Logo estarei com você, e poderemos aproveitar finalmente juntos, todos os dias de nossa eternidade nesse teatro dos sonhos. Aqui faço meu último documentário. Mas esse é pessoal. Citarei que descobri que a felicidade existe e precisa ser compartilhada, independentemente da maneira e do lugar onde for. Paula, agora sim estou feliz para sempre.
 
Sinto sua falta.
Anderson Candeia de Carvalho
(Turma 3A - Escola Estadual de Ensino Médio Érico Veríssimo/Erechim)